sábado, 27 de agosto de 2011

O Deserto - fé e paciência


O DESERTO – PARTE 5





FÉ E PACIÊNCIA

“Não vos torneis intolerantes, mas imitadores daqueles, que, pela fé e pela longanimidade, herdaram as promessas” Hb 6:12
Abraão, o pai da fé, “depois de esperar com paciência, obteve a promessa”. Hb 6:15
Paciência é a demonstração de fé, mas poucos compreendem isso. Por causa da falta de entendimento desse princípio, poucos obtêm as promessas ou cumprem seu chamado. Aproximadamente dois milhões de israelitas saíram do Egito, mas somente dois homens daquela geração entraram na Terra Prometida. Isso significa um em um milhão.
Uma das provações mais difíceis para o ser humano é esperar. Esse é um dos testes mais sérios que temos que suportar quando estamos no deserto. Muitas vezes por um dia perdemos a bênção. Se tivéssemos aguardado apenas um pouco mais, porém a tendência é nos rendermos aos nossos medos e dúvidas bem no final do teste. Perecemos exatamente antes do nosso Redentor aparecer. Geralmente perdemos a batalha quando estamos bem no limiar da vitória, porque nossa paciência começa a diminuir comprometendo nossa fé. Mas é preciso ter fé e paciência para receber a herança prometida.
“Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa”. Hb 10:36
“Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível”. Hb 11:27
A impaciência é tão mortal que o Senhor não nos confiará a bênção da Terra Prometida até que sejamos libertos desse mal.
Frequentemente desistimos exatamente antes da vitória – exatamente antes de Deus vir até nós com sua aliança gravada em tábuas. Se Ele não nos encontra esperando, a aliança é quebrada. Quando Ele se apartou, ordenou-nos que esperássemos o Seu retorno. Ele voltará, mas não antes que o trabalho seja feito em nós. Quando chegamos ao ponto em que achamos que não conseguiremos mais suportar, devemos começar a regozijar, pois sabemos que o Seu retorno está próximo. Ele nos prometeu que não nos deixaria ser tentados além do que possamos suportar (1 Co 10:13). Esperar é uma das grandes provas de todos os santos. Todo patriarca teve que suportar esse teste a fim de receber a promessa, e conosco não será diferente.
Paciência e fé. A impaciência é exatamente a raiz da vontade própria. A falta de paciência tem causado a maioria dos pecados e corrupções. A impaciência violou a aliança daquele povo. Essa prova é essencial e corretamente colocada no início da jornada. Muitos perecem neste ponto crucial. Outros aprendem a ter paciência. Essa foi a primeira grande separação necessária para determinar quem realmente seguiria ao Senhor.
A Escritura Sagrada nos exorta a esperar no Senhor, não existe em nenhum momento o encorajamento a sermos precipitados. É difícil ter de esperar, mas para chegarmos a Terra Prometida precisamos aprender tanto a esperar quanto a ter de andar num ritmo devagar, totalmente contrário ao tempo atual. Se começarmos a andar depressa no deserto, iremos andar em círculos. Em quase tudo que fazemos sem paciência, gastamos mais tempo tendo que desfazê-las e tentando fazê-las novamente.

O FUNDAMENTO DA FÉ
Quando Abraão foi chamado para seguir ao Senhor, ele teve que deixar tudo o que tinha e todos que ele conhecia e vagar pelo deserto à procura de um lugar que ele nunca havia visto. Provavelmente os amigos e parentes de Abraão devem ter achado ele um tolo, irresponsável ou até mesmo louco, deixar a Babilônia, que era uma das maravilhas do mundo. Mas o sonho era mais importante para ele do que qualquer coisa que o mundo possa oferecer. O que Abraão viu com os olhos da fé era mais real para ele do que o que ele via com os olhos naturais. Tal era a fé que ele tinha, que as Escrituras se referiram a ele como o pai da fé. A fé verdadeira procede do coração e não do entendimento.
Os olhos da fé vêem o que os outros não podem ver. Aqueles que têm fé vivem num padrão diferente. Os que entendem a eternidade com seus corações pagam qualquer preço, fazem qualquer sacrifício para ser parte da cidade que Deus está construindo. A eternidade faz com que as riquezas do mundo e seus prazeres pareçam como uma simples fumaça. Uma vez que a eternidade entra em nosso coração, ela se unifica com a fé. Então, nossas provações se tornam tesouros, porque são vistas como uma disciplina que nos ajudará a produzir o fruto eterno, que nunca passará.
A verdade é que a maioria dos crentes tem uma mente demasiadamente espiritual a ponto de não ser espiritualmente sã. A visão é o fundamento da fé. Aqueles que possuem visão terão mentes espirituais. Uma vez que provamos o gosto da glória e poder dos tempos futuros, nós simplesmente não conseguimos nos interessar pelas coisas terrenas.
Não pode haver fé sem visão espiritual. Temos fé no nível de nossa visão. Para o homem espiritual, a visão será mais concreta do que qualquer tesouro ou riqueza espiritual.
Existe um preço muito caro para andar na visão espiritual. Cada um de nós deve deixar nossa Babilônia, nosso Egito. Aqueles que andam na visão espiritual geralmente vão além dos limites do seu tempo e causam um enorme impacto na terra, mas ser reconhecido na terra não é o alvo deles, mas sim o de ser reconhecido nos céus.
Quando começamos a enxergar as coisas pelo Espírito, começamos a viver na eternidade. Quando nós, como Abraão, começamos a habitar na eternidade, a paciência será nossa natureza. É difícil ser precipitado quando você sabe que tem toda a eternidade.


JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco


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