domingo, 28 de agosto de 2011

O Deserto - o verdadeiro batismo





O DESERTO - PARTE 8




O VERDADEIRO BATISMO

É através do batismo que movemos de uma posição fora de Cristo para uma posição de habitação nEle. É através da cruz que somos libertos da escravidão do mundo, mas é através do batismo e de seguir a nuvem da presença de Deus que somos verdadeiramente unidos a Cristo. Através do batismo, movemos para uma posição de habitação Nele. Paulo explicou isso ainda mais em Romanos 6:4-5
“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição.”
Batismo é ser unido com Cristo na própria semelhança da Sua morte para, então, viver no poder da Sua ressurreição. Nós podemos imergir uma pessoa nas águas quantas vezes desejamos – no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – mas isso nunca irá, por si só, fazer-nos participantes da morte do Senhor. O batismo em água é um ritual que representa o compromisso que estamos fazendo de viver em união com Cristo.
O batismo em água é um comprometimento cerimonial ao que se tornará uma realidade em nossas vidas. O batismo que Paulo estava declarando aos cristãos romanos era o verdadeiro comprometimento de união com o Senhor na Sua morte. Isso é um voto diário de tomar nossa cruz e deixar nossas próprias vidas e nossos próprios interesses pela causa do Evangelho.
O batismo é uma realidade total, não somente uma compreensão de uma doutrina de submissão a um ritual. Esse é o verdadeiro batismo, diariamente negando nossas próprias vidas e interesses pessoais para servir a Jesus. Nossa imersão em água é um ritual que simboliza nosso voto em tornar realidade nosso comprometimento com Jesus, testificando que não mais vivemos para nós mesmos, mas para Ele.
Essa não é a única maneira de depreciar a importância do batismo nas águas. Cerimônias ordenadas por Deus são tão importantes quanto uma cerimônia de casamento é importante para o início apropriado de um casamento. Muito mais importância é dada ao batismo nas águas no Novo Testamento do que a maioria das igrejas contemporâneas reconhecem.
Precisamos começar nossa caminhada com Cristo com o comprometimento de ser guiados não por conveniência, mas pela vontade Dele. Nossa submissão à conveniência é possivelmente o maior inimigo para nossa experiência do verdadeiro batismo – deixar de lado nossas vidas por causa Dele.
A qualidade da nossa conversão pode ter um impacto na qualidade de nossa vida espiritual inteira. Nosso zelo por conveniência é um inimigo terrível da nossa fé verdadeira. Esse é um dos primeiros ídolos que precisam ser destruídos em nossas vidas se vamos habitar em Cristo. Portanto, é importante que retornemos às práticas bíblicas de selar o novo nascimento com batismo – e rapidamente! Fazendo isso, precisamos também dar um claro entendimento do que o batismo representa.
O verdadeiro batismo nos salva, mas o ritual de ser imerso em água é somente um símbolo de uma realidade maior. Somos submersos, representando que deixamos nossas próprias vidas em função de participar com Ele em Sua morte, e quando nos levantamos da água, representamos que somos também participantes de Sua ressurreição.
“Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição.” Rm 6:5



O BATISMO NO MAR VERMELHO

Depois de mais de quatrocentos anos de escravidão, Israel deixou o Egito como um povo livre. Sem uma arma sequer, esse humilde grupo de escravos derrotou a maior nação da Terra e levou consigo seus tesouros. Mesmo reconhecendo as mudanças dramáticas que estão acontecendo atualmente, nunca houve uma inversão política na história humana que se compare à libertação de Israel da escravidão egípcia. Alguns dias atrás eram escravos sem nenhuma esperança; depois, repentinamente, não somente estavam livres, mas também mais prósperos do que o maior otimista teria imaginado. Um Deus verdadeiramente maravilhoso considerou o sofrimento deles e lhes deu a libertação. Mas tal vitória ainda não estava completa. Faraó ainda tinha seu exército e o usaria para fazer um último ataque audaz sobre o povo de Israel.
Em Faraó encontramos um dos maiores arquétipos bíblicos de Satanás. A prioridade de Satanás continua ser a de manter o povo de Deus sob escravidão. Se ele não puder manter-nos sob escravidão, ele tentará destruir-nos. Nossa vitória não estará completa até que, como os israelitas que fugiram de Faraó, tivermos atravessado o Mar Vermelho. O Mar Vermelho é uma tipologia bíblica do batismo. É através do batismo que nosso inimigo é completamente destruído. Através do batismo, somos para sempre separados do domínio que nos manteve cativos. O apóstolo Paulo explica isso na seguinte passagem:
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar; tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés.” I Co 10:1-2



JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco

O Deserto - a tirania do familiar





O DESERTO - PARTE 7




A TIRANIA DO FAMILIAR

As provações que enfrentamos no deserto foram criadas para tirar de nós os caminhos do mundo que continuam a dominar nossos pensamentos e ações. Fomos redimidos pelo sangue do Cordeiro, mas também somos exortados: “Desenvolvei a vossa salvação... pois Deus é quem efetua em vós”. Fp 2:12-13. Nossa experiência no deserto é onde Deus começa a trabalhar em nós.
O deserto é o lugar onde aprendemos a verdade sobre Deus e sobre nós mesmos. O confronto com nosso eu nos faz ver em que posição estamos diante de Deus. Um dos maiores julgos que o ser humano carrega é a tirania do familiar, ou seja, é a tendência que o ser humano tem de se acostumar com o que está a sua volta, com aquilo que lhe é familiar, sendo bom ou ruim. Existe aí uma resistência muito grande a mudanças.
Apesar de ter sido a difícil opressão da escravidão que levou o povo de Israel a clamar a Deus por libertação, havia um tipo de segurança na escravidão do Egito que era mais desejável do que o que podemos considerar como imprevisível ao seguir a Deus.
No Egito, eles pelo menos sabiam o que esperar. No deserto onde eles tinham que confiar em Deus para a provisão diária, eles não conseguiam sentir-se seguros. Muitos na igreja preferem passar por abuso, tormento e dor das circunstâncias do familiar que os mantém sob escravidão a ter de correr o risco de estarem abertos às mudanças que vêm com o compromisso de seguir a Deus.
A razão primordial porque somos inclinados a escolher escravidão espiritual do que seguirmos a Deus é nossa tendência humana de colocar nossa segurança no que acontece ao nosso redor ao invés de confiar no Senhor. Nossa inclinação é colocar nossa fé em circunstâncias que nós podemos controlar ou que nos controlam de uma maneira consistente e imutável, da qual podemos depender.
Com Deus, temos a garantia de muito mais paz, e segurança, mas elas precisam estar ancoradas nEle, e não no que está ao nosso redor. Deus não muda, mas quando andamos com Ele, muitas mudanças acontecerão ao nosso redor. Esse é um julgo difícil de ser quebrado e é o principal propósito das nossas experiências no deserto.
Pessoas carnais obedecem a autoridades carnais. É preciso um homem espiritual para reconhecer e obedecer à verdadeira autoridade espiritual. Se quisermos andar em autoridade espiritual, não podemos deixar que ninguém nos aprisione, tire proveito de nós, exalte-se ou tente controlar-nos através de intimidação ou humilhação. Tais líderes são falsos apóstolos, falsos profetas, falsos pastores e falsos mestres.
Nós nos maravilhamos de ver como os israelitas, mesmo depois de receberem o maná do céu em abundância, puderam desejar as panelas de carne do Egito. No entanto, não temos nós feito a mesma coisa repetidas vezes? A história da igreja é uma história que se repete, como a igreja tem escolhido a familiaridade da escravidão espiritual ao invés da liberdade de andar com Deus. Isso tem feito com que a igreja ande segundo os caminhos do mundo, e não segundo a imprevisibilidade intencional do deserto que precisamos atravessar até chegar a Terra Prometida.
O medo é a porta para o domínio e controle de Satanás, assim como a fé é a porta para o Reino de Deus. Nós nos submetemos ao controle daquilo que tememos. Ninguém quer ser enganado, mas quando nos submetemos ao medo de errar, ao invés de termos amor pela verdade, o erro ganhará um domínio cada vez maior sobre nossas vidas.
Alguns cristãos, ao se submeterem ao medo de errar, agora têm mais fé que Satanás irá enganá-los do que fé que Deus os guiará na verdade, e então, o inimigo pode aumentar seu controle sobre essas vidas.
Outros deixam seu chamado, o mandamento divino, para vigiar seitas, e têm na verdade usurpado o trabalho dos anciãos e pastores, tentando ser juízes na igreja. Eles quase que inevitavelmente se tornam uma pedra de tropeço, publicando difamação e boatos como se fossem fatos comprovados, na maioria das vezes mostrando menos integridade nos critérios de pesquisa do que os critérios que a própria mídia tem.
O principal fruto de tais ministérios é semear medo na igreja, que fará com que o Corpo de Cristo seja dividido. Satanás sabe muito bem que “todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”. Mt 12:25. A estratégia número um de Satanás conta a igreja é trazer divisão. O Espírito de Deus opera através de amor e fé, que trazem união. O diabo opera semeando suspeita e paranóia a fim de trazer divisão. Medo é um jugo de escravidão, e aqueles que lideram através do medo são falsos ministros.
Nosso Deus é um Deus de diversidade. Ele faz todos os floquinhos de neve diferentes uns dos outros. Ele faz cada pessoa diferente, cada congregação diferente. Se nós deixarmos, Ele fará cada culto ou evento diferente. Por que é que o Senhor continuamente nos diz que Ele está fazendo novas todas as coisas? Is 43:19. Por que é que Ele continuamente faz as coisas de maneiras novas? Deus opera em contínua novidade dentro da igreja para que nossa fé seja mantida Nele, e não no que está ao nosso redor. Quando mudanças que são ordenadas por Deus nos incomodam, é uma revelação de como estamos presos a tirania do familiar, e como a fé que realmente temos Nele é pequenina.
Historicamente, pouquíssimos foram os que alcançaram as promessas de Deus. A maioria dos cristãos passa a vida vagando pelo deserto em círculos. A principal razão para isso acontecer é porque poucos têm tido coragem suficiente para arriscar a fazer mudanças, como Abraão fez, de estar disposto a caminhar através de lugares desconhecidos em busca da cidade que Deus construiria. Quando entendemos o poder incrível da escravidão ao que é familiar, nós podemos nos maravilhar com o extraordinário ato de fé de Abraão em deixar Ur dos caldeus.
Todos os que possuem uma fé verdadeira são chamados para agir como Abraão. Para andar verdadeiramente com Deus, precisamos estar dispostos a deixar o familiar para segui-lo por lugares desconhecidos. Cada nova geração espiritual tem que fazer uma escolha entre continuar seguindo o familiar, com seus métodos antigos, ou estar disposta a ir adiante e buscar Deus em lugares desconhecidos, que não nos são familiares. Somente quando fazemos isso é que há potencial para a verdadeira liberdade no Espírito e para a fé verdadeira em Deus.
Somente poucos de cada geração ou movimento espiritual têm-se disposto a se separar de multidões que buscam a segurança do que é conhecido, a fim de seguir pelo caminho estreito, que geralmente não é tão percorrido. Verdadeiramente, nesse caminho de fé existem muitos perigos e possíveis decepções, mas esse é o caminho que nos leva à Cidade de Deus.





JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco


O Deserto - transformando pedras de tropeço em alicerce




O DESERTO – PARTE 6




TRANSFORMANDO PEDRAS DE TROPEÇO EM ALICERCE
Gn 15 e 16
Quando analisamos alguns dos maiores homens de Deus percebemos que eles em sua caminhada cometeram os maiores erros. Porém, voltar para o percurso e continuar após nossos erros às vezes requerem de nós uma fé muito grande. É geralmente após nossos maiores erros que nós caímos na realidade de que nossos maiores esforços não alcançaram nossos alvos. É aí que nossa fé se torna real. Nesse ponto é que ela é direcionada para Aquele que é a Verdade. Nossa fé tem de estar Nele, e não em nós mesmos e nem mesmo em nossa fé.
Nesse ponto passamos a entender a verdade crucial que a única coisa que podemos fazer para Deus é crer Nele. Tudo o que recebemos até mesmo nossa fé, recebemos Dele.
Embora aqueles que possuem a fé verdadeira sejam abatidos ocasionalmente, eles sempre se levantarão e serão mais fortes do que antes, independente de quão detestáveis seus erros venham a ser. A maioria dos heróis das Escrituras atingiu suas maiores vitórias após seus piores erros. Deus é redenção, e Ele testifica isso através de todos aqueles que Ele chama.
Quando tentamos fazer com que as promessas se cumpram através de nossos próprios esforços, podemos criar problemas que nos seguirão até o fim de nossas vidas, e até mesmo afetar nossos descendentes, como foi com Abraão.
Em Gênesis 15 o Senhor falou a Abrão numa visão: “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa! Mas Abrão perguntou: ‘Ó Soberano Senhor, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco? E acrescentou: Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será meu herdeiro’. Então o Senhor lhe deu a seguinte resposta: ‘Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro’. Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: ‘Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las’. E prosseguiu: ‘Assim será a sua descendência’. Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça. Disse-lhe ainda: ‘Eu sou o Senhor, que o tirei de Ur dos caldeus para dar-lhe esta terra como herança’...”.
 O capítulo 15 começa com o tratamento profético “não tenha medo”. Deus tranqüiliza o medo que brota naturalmente em nós quando estamos na presença direta do Senhor. Deus lembra Abrão de sua promessa descrita em Gênesis 13:15-16 ‘toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para sempre. Tornarei a sua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se for possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência’, porém, ele questiona a promessa com uma declaração corajosa de dúvida. Deus reitera sua promessa e aponta para os céus, o que não prova nada. Mas perante a palavra e a visão Abrão acredita em Deus, ou seja, Ele confia no poder da palavra de Deus para criar uma realidade. Por sua crença absoluta, ele é chamado de justo. A libertação do medo permite o caminhar fiel.
A consagração de uma aliança requer a participação de duas partes que se comprometem solenemente uma com a outra. Em um ato litúrgico de adoração, a aliança preparada une graciosamente as promessas de Deus ao futuro de Abrão. Ele não sabe quando as promessas serão cumpridas, concorda em esperar porque confia em Deus.
Quando o Senhor prometeu a Abrão uma descendência numerosa ele tinha 75 anos, mas ela só se cumpriu 25 anos depois quando ele tinha 100 anos. Nesse tempo de espera é que nossa fé precisa ser desenvolvida para não cometermos erros que possam comprometer todo o nosso futuro. Quando a jornada é longa, a visão enfraquece e sementes de dúvida começam a crescer.
Sarai, mulher de Abrão vendo que dez anos havia se passado após a promessa e ela não lhe dera filhos, resolveu entregar sua serva Agar a Abrão para que este a tomasse e que a promessa se cumprisse através dela, ou seja, ela fez uma proposta para dar uma ajudinha pra Deus, Gênesis 16. Como se Deus precisasse da nossa ajuda! E assim Abrão atendeu ao pedido de sua esposa.
Isso significa que Sarai e Abrão tentaram forçar o cumprimento das promessas de Deus de olho no calendário humano e pelo emprego de métodos e recursos próprios, o que resultou em um conflito entre os descendentes de Isaque e Ismael que dura até hoje. Quem depende de Deus faz as coisas certas no tempo de Deus, da maneira de Deus e pelo poder de Deus.
Porém, quando interferimos nos propósitos de Deus estamos trazendo problema para as nossas vidas ao invés de bênção. Depois que Agar, a serva, ficou grávida, começou a olhar sua senhora com desprezo, isso significa que ela passou a sofrer as conseqüências dos seus atos.
De acordo com o costume da época, no antigo Oriente Próximo, o fato de se ter uma concubina para obter um herdeiro era legal e aceito por todos. Mas esse não era o plano de Deus. Ele queria manifestar a sua glória através do sobrenatural.
Precisamos tomar cuidado para não tomarmos posse do Ismael que aparece em nosso caminho pensando que é Isaque. Para isso é necessário buscarmos ao Senhor, nos derramarmos em tua presença. É necessário ter intimidade com o Senhor para discernirmos o que é da carne e o que é do Espírito. O que é Ismael e o que é Isaque (riso, alegria).
Se errarmos, precisamos reconhecer nossos erros, nos humilharmos, nos arrependermos, nos derramarmos em seu altar e deixarmos o Senhor ser Senhor da nossa vida. Nossa função é apenas adorar, esperar com fé e paciência, depender totalmente do Senhor, deixar Deus transformar nossas vidas e buscar ter intimidade com Ele. O mais Ele fará.
Ismael é nascido da semente terrena, nascido segundo a carne, sustentado através de lutas e esforços, enquanto Isaque é o filho da promessa.
Não podemos confundir a bênção do Senhor com a presença do Senhor. Quando a semente verdadeira aparece, sempre existirá um conflito, porque os Ismaéis tentarão destruir os Isaques que aparecerem para tomar os seus lugares. Aqueles que seguem segundo as aparências certamente seguirão a Ismael.
A semente escolhida de Deus, seja um trabalho ou uma pessoa, raramente serve de algum proveito para os que têm mentes terrenas. A semente verdadeira parece insignificante aos de mente terrena. Aqueles que julgam através da aparência colherão sementes carnais e vão detestar a semente verdadeira.
Hoje em dia, tem muita gente tomando posse de Ismael pensando que é Isaque, simplesmente porque só quem é espiritual consegue ver o que é espiritual e se alguém está na carne vê Ismael com bênção e Isaque como inimigo. Quantos homens e mulheres carnais têm sido adorados e quantos homens e mulheres espirituais têm sido detestados!
Muitas vezes a bênção está na nossa frente e não vemos porque estamos olhando para a aparência do Ismael, com os olhos da carne. Precisamos buscar a visão espiritual para enxergar o Isaque que verdadeiramente nos fará felizes. Ismael aparece para nos confundir, pelo olhar humano ele é a promessa, mas na verdade ele é como a Palavra diz em Gênesis 16:12 ‘Ele será como um jumento selvagem; sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele, e ele viverá em hostilidade contra todos os seus irmãos’. Então, cuidado! Tomar posse de Ismael significa tomar posse de tribulação.
A medida que buscamos comunhão com Deus, passamos a contemplar pelos olhos da fé a cidade de Deus e as maiores realizações humanas passam a ser comuns. Se vivemos em castelos ou em cavernas não nos importa, o que importa é estarmos na presença gloriosa do nosso Deus. Se habitamos no Senhor, habitamos em Sua glória, independente das circunstâncias.
A fé verdadeira vem ao termos os olhos do nosso entendimento aberto pelo Senhor, até que possamos vê-Lo e ver a Cidade Santa mais nitidamente do que vemos o nosso mundo. Esse é o objetivo do deserto, é um processo de transformação em que vamos passar a ver o nosso tempo no deserto como um tesouro, porque é ali que nos tornamos íntimos de Deus. Quando o Senhor disse a Faraó para libertar o povo foi com o objetivo de que eles fossem para o deserto celebrar uma festa, ou seja, o Senhor nos leva para o deserto para o adorarmos, para que nós venhamos a ter intimidade com Ele e construirmos o verdadeiro alicerce de nossas vidas.
É no deserto que construímos a habitação de Deus para que Ele habite no meio de nós. Embora possamos caminhar durante anos por lugares secos, os tesouros do Egito e da Babilônia perderão o seu valor para nós, porque iremos enxergar o verdadeiro tesouro que é Jesus Cristo. Passamos a valorizar o que é eterno, porque nossa herança está no Senhor, na vida eterna em Cristo Jesus e temos a eternidade para desfrutarmos dela.


JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.
Miss. Mairi Franco

sábado, 27 de agosto de 2011

O Deserto - fé e paciência


O DESERTO – PARTE 5





FÉ E PACIÊNCIA

“Não vos torneis intolerantes, mas imitadores daqueles, que, pela fé e pela longanimidade, herdaram as promessas” Hb 6:12
Abraão, o pai da fé, “depois de esperar com paciência, obteve a promessa”. Hb 6:15
Paciência é a demonstração de fé, mas poucos compreendem isso. Por causa da falta de entendimento desse princípio, poucos obtêm as promessas ou cumprem seu chamado. Aproximadamente dois milhões de israelitas saíram do Egito, mas somente dois homens daquela geração entraram na Terra Prometida. Isso significa um em um milhão.
Uma das provações mais difíceis para o ser humano é esperar. Esse é um dos testes mais sérios que temos que suportar quando estamos no deserto. Muitas vezes por um dia perdemos a bênção. Se tivéssemos aguardado apenas um pouco mais, porém a tendência é nos rendermos aos nossos medos e dúvidas bem no final do teste. Perecemos exatamente antes do nosso Redentor aparecer. Geralmente perdemos a batalha quando estamos bem no limiar da vitória, porque nossa paciência começa a diminuir comprometendo nossa fé. Mas é preciso ter fé e paciência para receber a herança prometida.
“Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa”. Hb 10:36
“Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível”. Hb 11:27
A impaciência é tão mortal que o Senhor não nos confiará a bênção da Terra Prometida até que sejamos libertos desse mal.
Frequentemente desistimos exatamente antes da vitória – exatamente antes de Deus vir até nós com sua aliança gravada em tábuas. Se Ele não nos encontra esperando, a aliança é quebrada. Quando Ele se apartou, ordenou-nos que esperássemos o Seu retorno. Ele voltará, mas não antes que o trabalho seja feito em nós. Quando chegamos ao ponto em que achamos que não conseguiremos mais suportar, devemos começar a regozijar, pois sabemos que o Seu retorno está próximo. Ele nos prometeu que não nos deixaria ser tentados além do que possamos suportar (1 Co 10:13). Esperar é uma das grandes provas de todos os santos. Todo patriarca teve que suportar esse teste a fim de receber a promessa, e conosco não será diferente.
Paciência e fé. A impaciência é exatamente a raiz da vontade própria. A falta de paciência tem causado a maioria dos pecados e corrupções. A impaciência violou a aliança daquele povo. Essa prova é essencial e corretamente colocada no início da jornada. Muitos perecem neste ponto crucial. Outros aprendem a ter paciência. Essa foi a primeira grande separação necessária para determinar quem realmente seguiria ao Senhor.
A Escritura Sagrada nos exorta a esperar no Senhor, não existe em nenhum momento o encorajamento a sermos precipitados. É difícil ter de esperar, mas para chegarmos a Terra Prometida precisamos aprender tanto a esperar quanto a ter de andar num ritmo devagar, totalmente contrário ao tempo atual. Se começarmos a andar depressa no deserto, iremos andar em círculos. Em quase tudo que fazemos sem paciência, gastamos mais tempo tendo que desfazê-las e tentando fazê-las novamente.

O FUNDAMENTO DA FÉ
Quando Abraão foi chamado para seguir ao Senhor, ele teve que deixar tudo o que tinha e todos que ele conhecia e vagar pelo deserto à procura de um lugar que ele nunca havia visto. Provavelmente os amigos e parentes de Abraão devem ter achado ele um tolo, irresponsável ou até mesmo louco, deixar a Babilônia, que era uma das maravilhas do mundo. Mas o sonho era mais importante para ele do que qualquer coisa que o mundo possa oferecer. O que Abraão viu com os olhos da fé era mais real para ele do que o que ele via com os olhos naturais. Tal era a fé que ele tinha, que as Escrituras se referiram a ele como o pai da fé. A fé verdadeira procede do coração e não do entendimento.
Os olhos da fé vêem o que os outros não podem ver. Aqueles que têm fé vivem num padrão diferente. Os que entendem a eternidade com seus corações pagam qualquer preço, fazem qualquer sacrifício para ser parte da cidade que Deus está construindo. A eternidade faz com que as riquezas do mundo e seus prazeres pareçam como uma simples fumaça. Uma vez que a eternidade entra em nosso coração, ela se unifica com a fé. Então, nossas provações se tornam tesouros, porque são vistas como uma disciplina que nos ajudará a produzir o fruto eterno, que nunca passará.
A verdade é que a maioria dos crentes tem uma mente demasiadamente espiritual a ponto de não ser espiritualmente sã. A visão é o fundamento da fé. Aqueles que possuem visão terão mentes espirituais. Uma vez que provamos o gosto da glória e poder dos tempos futuros, nós simplesmente não conseguimos nos interessar pelas coisas terrenas.
Não pode haver fé sem visão espiritual. Temos fé no nível de nossa visão. Para o homem espiritual, a visão será mais concreta do que qualquer tesouro ou riqueza espiritual.
Existe um preço muito caro para andar na visão espiritual. Cada um de nós deve deixar nossa Babilônia, nosso Egito. Aqueles que andam na visão espiritual geralmente vão além dos limites do seu tempo e causam um enorme impacto na terra, mas ser reconhecido na terra não é o alvo deles, mas sim o de ser reconhecido nos céus.
Quando começamos a enxergar as coisas pelo Espírito, começamos a viver na eternidade. Quando nós, como Abraão, começamos a habitar na eternidade, a paciência será nossa natureza. É difícil ser precipitado quando você sabe que tem toda a eternidade.


JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco


O Deserto - transformando provações em tesouros




O DESERTO – PARTE 4



TRANSFORMANDO PROVAÇÕES EM TESOUROS
2Co 3:17-18

A separação da falsa fé da verdadeira é somente o começo do propósito de Deus no deserto. Após a separação vem a purificação. Se quisermos conhecer a verdade, precisamos primeiramente ser feitos verdadeiros. Se quisermos ver a glória, primeiro temos que ser limpos para recebê-la. A dor e o sofrimento não nos tornam mais limpos, mas a fé necessária para suportá-los é o que nos purifica.
A fé verdadeira é simplesmente o reconhecimento Daquele no qual cremos. Quanto mais claramente O vemos, mais verdadeira é a nossa fé. O processo de provação e purificação da nossa fé é mais precioso do que qualquer coisa que poderemos trazer conosco do Egito. Essa purificação nos permite conhecer o Senhor mais intimamente e habitar em Sua presença.
Para que vejamos a glória do Senhor e sejamos transformados segundo à Sua imagem, o véu precisa ser rasgado. Esse é o propósito do deserto. Assim como foi necessário Jesus morrer para que o véu do templo se rasgasse, na nossa vida é necessário morrermos para o mundo para que o véu que nos separava de Deus venha ser rasgado e voltemos a ter íntima comunhão com Ele.
Quando estamos no Egito, no mundo, estamos numa vida de pecado, de conceitos totalmente materiais, os valores estão pautados nas coisas materiais. Quando aceitamos a Jesus, começa a nossa libertação do Egito, mas ainda carregamos os tesouros do Egito conosco, achando que eles têm algum valor. Mas quando chegamos no deserto percebemos que esse tesouro não nos serve para nada. O povo de Israel tinha todos os tesouros do Egito com eles no deserto. Eles só não tinham nenhum lugar para gastá-lo!
Quando os homens vinham a Jesus, eram desafiados a deixar tudo o que tinham para trás. Somente depois que fizermos isso seremos capazes de manejar a grande prosperidade da Terra Prometida. Porque existe um deserto a ser atravessado antes que cheguem até as promessas e esse deserto é local de libertação, purificação, de transformação e também de vitórias.
Os cristãos são a verdadeira realeza, pois não somos herdeiros de um rei terreno, somos herdeiros do Rei dos Reis. Todo aquele que nasce de novo, nasce da semente de Deus e toda a riqueza da terra não se compara com a herança do Senhor. Como embaixadores de Cristo, fomos chamados para uma vida de sacrifícios e batalhas, mas nesses sacrifícios e batalhas temos a promessa de uma alegria incomparável e a paz que excede todo o entendimento. Isso é muito mais valioso que as riquezas terrenas, mais ainda assim esse não deve ser o centro do nosso propósito. Fomos chamados para ser livres para que possamos libertar os que ainda são mantidos cativos pelo mundo.
Um dos propósitos primordiais do ministério de Jesus na terra era o de curar o necessitado e o oprimido, entretanto, Ele não chamou o indivíduo para segui-lo com esse fundamento. O evangelho tem sim como herança, liberdade, paz e alegria. Todas essas coisas são dádivas, mas nenhuma é barata. O verdadeiro evangelho declara enfaticamente que “quem quiser salvar a sua vida perdê-la-a; e quem perder a sua vida por minha causa achá-la-a”. (Mt 16:25) Aqueles que vem ao evangelho da graça fácil inevitavelmente perecem no deserto ou voltam para o Egito, mundo. Aqueles que vêm ao chamado verdadeiro de Cristo terão tempos difíceis. O Senhor nunca disse que seria fácil. Ele somente disse que seria válido. Há somente um caminho para a Terra Prometida, e esse caminho passa em meio ao deserto.
Perder de vista o propósito de Deus é ser enganado e morrer no deserto. Após nosso batismo e aliança de que viveremos para o Senhor e não para nós mesmos, o deserto existe somente para tornar isso uma realidade. O deserto foi criado para ser árduo. Mas o fruto da nossa experiência é a fé, que é mais consistente do que qualquer coisa que o mundo possa arremessar contra nós. No deserto, seremos mortos para nós mesmos e vivificados para Deus.
Após o deserto, teremos a presença de Deus conosco, um tesouro muito mais valioso do que qualquer coisa que o mundo possa nos oferecer. A Terra Prometida será maravilhosa, mas nada é tão maravilhoso quanto sermos transformados no templo de Deus. O deserto não será fácil, mas o fruto recompensará qualquer coisa que venhamos a atravessar.


JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco

O Deserto - a linguagem da incredulidade


O DESERTO - PARTE 3


A LINGUAGEM DA INCREDULIDADE


Embora possamos aprender muito no deserto, não é a vontade de Deus que permaneçamos lá mais do que o necessário. A distância do ponto onde Israel deixou o Egito até Cades-Barnéia, o lugar que Deus originalmente determinou para que eles entrassem na Terra Prometida, é somente um período de dez a catorze dias de jornada a pé.
Eles não sairiam do deserto tão rápido assim, pois eles tinham que primeiramente receber a aliança do Senhor através da Lei e construir o tabernáculo para que Deus pudesse habitar entre eles. Mesmo assim, o povo de Israel estava pronto para entrar na Terra Prometida dois anos após terem deixado o Egito. No entanto, a sua falta de fé, demonstrada através de reclamação e murmuração, resultou numa espera de quarenta anos e na morte de uma geração inteira antes que pudessem entrar lá.
Infelizmente, a maioria dos cristãos tem seguido o mesmo exemplo. Por causa da sua fé, eles acabam vagando espiritualmente em círculos no deserto inúmeras vezes até que perecem lá, sem nunca ter verdadeiramente ou completamente vivido as promessas que Deus lhes deu.
Isso não nos permite concluir que aqueles que não entraram na Terra Prometida foram eternamente condenados. Eles experimentaram a salvação da cruz através da Páscoa. Eles foram batizados em Cristo no Mar Vermelho. Eles até mesmo se tornaram sacerdotes e ministros. Mas eles ainda assim não entraram na Terra Prometida.
Há muito mais nos propósitos de Deus para nós do que somente sermos “salvos”. Ele tem uma Terra Prometida que podemos possuir. O Senhor não tirou Israel do Egito somente para livrá-los da escravidão. O propósito de Dele era usá-los como um instrumento de redenção para que o mundo todo fosse, através deles, também liberto da escravidão.
Não fomos salvos para perecermos no deserto! O deserto não é o nosso lar. O Senhor não quer que fiquemos lá por mais tempo do que o necessário. Fomos tirados do Egito para irmos para a Terra Prometida.
A murmuração é sinal de um coração incrédulo, de um coração endurecido. A murmuração destrói a nossa fé, destrói a fé daqueles que estão ao nosso redor e ainda acende a ira do Senhor.
A fé move o nosso Deus. A incredulidade é uma afronta a Ele e nunca nos trará libertação. A fé é o caminho mais curto para o cumprimento das promessas. A incredulidade é o caminho das infinitas voltas em círculo no deserto. Nós não obteremos as promessas de Deus com incredulidade nos nossos corações.
A murmuração é a linguagem da incredulidade. O louvor é a linguagem da fé. O deserto é o lugar onde o Senhor faz Sua habitação em nós, habitando no meio dos louvores do Seu povo (Sl 22:3). O louvor que Deus habita é muito mais do que somente repetições; é um coração que regozija e crê, provando a si mesmo ser um louvor verdadeiro quando prevalece contra qualquer circunstância.
O Senhor ordena que atravessemos o deserto e que cheguemos a Terra Prometida, pois é no deserto que o fiel é separado do falso. Nenhum coração falso receberá as promessas do Senhor. Na verdade, quando começamos nossa jornada existem poucos que são verdadeiramente fiéis. Mas, no deserto, muitos dos que começaram sem fé, com certeza começam a crer. Esse é o propósito de Deus para o deserto. Quando passamos a entender isso, consideramos tudo como sendo um gozo.
“Tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.”


JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco

O Deserto - transformando águas amargas em águas doces






O DESERTO - PARTE 2




TRANSFORMANDO ÁGUAS AMARGAS EM ÁGUAS DOCES

A promessa de Deus para Israel era clara: Ele iria levar para uma “terra que mana leite e mel” Ex 3:8. Então, nos três primeiros dias da jornada em direção a essa terra, eles nem mesmo tiveram água para beber.
Naturalmente, eles começaram a reclamar. O instinto básico por sobrevivência daquele povo começou a ser despertado como nunca antes. Então, quando finalmente eles encontraram um poço e suas esperanças foram as alturas, as águas eram amargas! No entanto, essa é a primeira lição que precisamos aprender no deserto – como transformar águas amargas em águas doces.
Embora os israelitas pudessem até ter razão de reclamar, esse teste tão difícil era também a maior oportunidade deles. É o verdadeiro teste que produz a verdadeira fé. A fé verdadeira é interna, e não externa. Ela não depende de circunstâncias externas. A fé verdadeira não é alterada por desilusões; pelo contrário, é fortalecida por elas. A fé que é real tornará águas amargas de desilusões nas águas doces da oportunidade. A fé verdadeira sempre olhará para as maiores desilusões à procura do tesouro que Deus tem escondido dentro delas. E Deus sempre proverá esses tesouros para aqueles que crêem Nele.
Precisamos estar atentos porque quando as desilusões resultam em murmuração, assim como o povo de Israel fez, o destruidor da nossa fé é liberado para agir, e nós perdemos muito com isso.  O deserto foi criado para testar nossa fé, e precisamos aprender a aproveitar cada oportunidade e crescer a partir delas. Não desperdice suas tribulações e provações!

JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco

O Deserto - o oposto do que foi prometido


O DESERTO – PARTE 1

O OPOSTO DO QUE FOI PROMETIDO
Entre o lugar onde recebemos a promessa de Deus e a Terra Prometida (o lugar do cumprimento da promessa), geralmente haverá um deserto que é exatamente oposto do que nos foi prometido.
Esse princípio é aplicável a toda promessa de Deus, independentemente da qual seja: dons, ministérios, salvação daqueles que amamos ou mesmo coisas temporárias. Para que a promessa seja cumprida haverá um lugar estéril e enfadonho que requer fé entre o lugar onde recebemos a promessa e o seu cumprimento.
A Abraão foi prometido um filho. Ele já era velho quando recebeu a promessa, e ainda assim, antes que o filho prometido viesse, ele teve que esperar muitos anos de esterilidade até que a concepção para ele e Sara fossem completamente impossíveis no natural. As maiores promessas de Deus requerem de nós maior fé e paciência.
O propósito desse processo pode ser resumido em uma palavra: preparação. A experiência de Israel no deserto foi um tempo de preparação para a formação e amadurecimento de sua fé. Ainda mais importante, foi no deserto que Israel construiu uma habitação para Deus, para que Ele habitasse entre o povo. Esse processo bíblico continua sendo o mesmo para nós ainda hoje. É na nossa experiência no deserto que nós também aprendemos a fazer uma habitação para Deus em nossas próprias vidas.
É no deserto que passamos a habitar no Senhor e Ele em nós. Como Israel, podemos atravessar o portão que nos leva à Terra Prometida do Senhor até mesmo para um gole de água. É no deserto que Ele se torna nosso Senhor e nós nos tornamos sacerdotes Dele. É lá que da nossa velha natureza é desfeita, e nós passamos a reconhecer como precisamos desesperadamente da transformação que Ele está realizando em nós.
O deserto irá conter nossas maiores dificuldades, mas também nossas experiências mais gloriosas. Precisamos saber o que é ter sede antes de buscarmos água da Rocha. Precisamos saber o que é ter fome antes de provar o Maná celestial.
Toda grande provação do deserto será seguida das mais maravilhosas revelações do Rei e da Sua salvação. O deserto não é uma maldição; é uma bênção. É o lugar onde o domínio do mundo sobre nossos corações e mentes será desfeito e seremos cativados pelo Senhor e pelos Seus propósitos eternos. É o lugar onde a natureza carnal tão dominante é quebrada, e Deus começa a reinar em nossas vidas.

Tg 1:2-4
JOYNER, Rick. O início da jornada. Ed. Dynamus. Belo Horizonte. 2001.

Miss. Mairi Franco